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A riqueza de não reter

É lugar comum a máxima: “você colhe o que planta” no sentido de que você vai receber de volta a exata medida do que deu. Como se fossem duas pistas paralelas, mão e contra mão. Porém, se lembrarmos que criamos possibilidades a cada passo que damos, talvez a pista do dar-receber seja de mão dupla e sinuosa, com retornos, atalhos e até estradas vicinais. E o sentimento com o qual você a percorre vai fazer toda a diferença.

É sobre Dar e Receber a segunda de “As Sete Leis Espirituais do Sucesso” (Deepak Chopra). Muito do que o médico indiano fala nessa passagem do livro me remeteu a outro “sábio”, um economista brasileiro recentemente falecido, Oswaldo Oliveira. Ele batia sempre na mesma tecla: se você quer viver na abundância, não retenha nada.

Tanto ele quanto Deepak Chopra alertam para a seguinte situação: se seu objetivo é acumular (dinheiro), você tira de circulação o que você quer receber; você gera escassez e tende a ter mais dificuldade para receber de volta algo que está minguando.

Na mesma hora pensamos que os milionários não devem ter problemas de escassez e que acumular, pelo menos dinheiro, não é nada mal. Porém, milionários são minoria. Para eles existirem, milhares não conseguem acumular nada. É nítido, neste caso, o desequilíbrio da balança.

Na visão de Deepak Chopra e, em muito também de Oswaldo Oliveira, como tudo está em movimento no Universo, reter o que quer que seja, atrapalha a harmonia desse fluxo constante de energia no qual estamos inseridos.

O principal ensinamento da segunda Lei é que nós devemos nos manter no fluxo do movimento e isso significa nos mantermos em constante relacionamento com o que está à nossa volta – nossas portas de oportunidades.

Relacionar-se, segundo Deepak Chopra, é se dar ao outro. É dar ao outro o que você busca para você. Mas, neste caso, a balança não continua em desequilíbrio, para o outro lado? Afinal, se dou, não (re) tenho. É neste ponto que acontece a “mágica” da segunda Lei.

O que você dá, não receberá na exata medida de volta, de quem recebeu de você. Virá de lugares, pessoas e momentos variados. E muitas vezes, é possível que nem perceba que já está recebendo “sua parte” de volta. Porque é preciso primeiro receber a chave para, quando encontrar a porta, conseguir abri-la.

Mas não é “proibido” reter? Devo guardar a chave? Por quanto tempo? Quando estamos no fluxo, o dar-receber é contínuo. Quando você dá o que almeja receber, cada “presente” deve ser recebido com gratidão. Talvez você fique com a chave ao mesmo tempo em que dá uma bolsa. Ou você perde ou até dá a chave porque ainda vai demorar um pouco para encontrar a sua fechadura correspondente e, sendo assim, carregá-la só será um peso a mais.

Seria o Universo um ser caprichoso? Não seria menos difícil apenas colher o que se planta? Por que tantas nuances? Todas as religiões têm suas explicações para esses caprichos do Universo. O que Deepak Chopra recomenda é que todos nós devemos abençoar, silenciosamente, a todos e viver diariamente a experiência da gratidão para que a “mágica” aconteça. Simples assim. Desafiador assim.

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