E-book mostra como usar ferramentas de coaching na mediação de conflitos
- soniapolinario
- 18 de jul. de 2017
- 3 min de leitura
Muitos coaches, após a formação, têm dúvidas sobre a área em que pretendem vir a atuar. Quem está nessa situação, acaba de ganhar “de bandeja” uma intensa luz no fim do túnel. Trata-se e-book “Coaching na mediação de família” (Editora Jaguatirica), da advogada, psicóloga e coach Glorita Cajaty. Em primeiro lugar, a publicação atualiza as informações sobre essa ainda pouco conhecida atividade, a mediação, que recentemente ganhou novo status jurídico. Além disso, mostra como a utilização de ferramentas de coaching pode melhorar o desempenho de um mediador. Não satisfeita, a autora aborda tudo de forma bastante didática, o que abre portas para literalmente qualquer pessoa arriscar a atuar como mediadora de conflitos, nem que seja para fazer a paz reinar na sua própria casa.

Muito do didatismo se explica pelo fato da publicação ter sido feita a partir do trabalho de conclusão da autora de sua pós-graduação em Mediação de Conflitos de Família na Faculdade Cândido Mendes. Filha de pai e mãe advogados, a carioca Glorita se formou em Direito. Com a morte dele, decidiu cursar Psicologia, sua paixão “desde sempre”, como diz. Foi nessa segunda faculdade que estreitou o contato com as técnicas de PNL (Programação Neurolinguística) tema com o qual tinha familiaridade por ser sua mãe leitora constante do assunto. Do PNL para o coaching foi um passo. Desde 2005, Glorita atua como Coach e leva para o seu trabalho seus conhecimentos também em psicoterapia e Gestalt-terapia.
O interesse pela atividade de mediador se deu a partir da observação do trabalho desenvolvido por alguns amigos. A autora conta que, ao perceber que tinha “muito de coaching” na atuação de um mediador, decidiu estudar o assunto de forma mais aprofundada.
“Ainda não temos a cultura da mediação. Quando temos um conflito, a tendência é contratar um advogado e encaminhar o caso para a Justiça”, observa.
Como seu trabalho como coach estava focado no empoderamento feminino, Glorita optou por se dedicar à mediação de conflito no âmbito da família. E eis que a legislação mudou. Após a publicação da Lei de Mediação e do Novo Código de Processo Civil, ambos em 2015, a mediação ganhou oficialidade e foi institucionalizada nos Tribunais de Justiça, passando a ser uma das portas de entrada para pacificação de conflitos familiares.
“A mediação ganhou novo status. Essa atividade, além de humanizar o conflito, alivia o Judiciário porque, agora, a mediação é a primeira ação a ser tomada, antes das partes seguirem para o confronto”, explica ela que, durante 11 anos, conviveu com os pais em “pé de guerra”, envolvidos em um divórcio litigioso, tento, ela mesma, passado pela mesma situação, ao término do seu primeiro casamento.
Como o ponto de partida do trabalho de um mediador é escutar, Glorita percebeu que poderia “capacitá-lo” com ferramentas de coaching. Mais ainda. Coaching com PNL. No seu entendimento, a grande tarefa do mediador é ajudar na comunicação entre duas pessoa que, além de não se entenderem, estão focadas nos problemas.
“O mediador vai focar na solução. Ele vai identificar interesses e necessidades e evitar a

lavagem de roupa suja, que está relacionada com as feridas abertas e devem ser curadas pela terapia. O mediador transforma a raiva do outro em escuta ativa. Sua visão é prospectiva, mas sua atuação é limitada à vontade do outro de, efetivamente, resolver o problema. Muitos preferem sofrer a buscar soluções e outros preferem, mesmo, transferir todas as decisões para um juiz”, explica Glorita, atualmente no segundo casamento, que teve como fruto Giovana, de 9 anos.
Com 79 páginas, o livro digital contém informações da área jurídica e detalhes a respeito da atuação do coach e suas ferramentas. A autora ainda detalha as diferenças entre aconselhamento, coaching e mentoria. Isso porque, antes de tudo, o mediador precisa ser imparcial e, como um bom coach, evitar todo e qualquer julgamento e a tentação de dar conselhos.
Na opinião da autora, apesar da obra se dirigir ao mediador, pode ser útil para qualquer pessoa. Sim, pois acredita que qualquer pessoa tem potencial para ser um “agente de pacificação”. Na verdade, ela já vê muito desse papel nas mulheres, sempre atuantes em busca da harmonia familiar.
O livro vai ajudar as pessoas a terem uma família como as dos anúncios de margarina ou sabão em pó? Não mesmo, segundo Glorita.
“Onde existe relacionamento entre pessoas que pesam e gostam de coisas diferentes sempre haverá conflito. O conflito em si é algo positivo porque leva à evolução. O conflito doentio, que leva a situações de violência de qualquer tipo é que destrói a família. E, em muitos casos, a atuação, de forma consciente, como agente de pacificação pode ajudar a reduzir bastante os conflitos familiares”, afirma.
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