Uma mulher viaja sozinha de carro pela Namíbia, na África. Pelo caminho, se depara com paisagens cinematográficas enquanto duela com seu desejo de se separar do companheiro. Esse é o mote de “No Reino das Girafas” (Editora Jaguatirica), o romance de estreia da jornalista Jacqueline Farid. Mais do que cenário, a Namíbia é testemunha do encontro, da paixão e do rompimento de um casal. A autora mistura diário de viagem e ficção para refletir sobre amor, natureza e viagens.
Segundo Jacque, a história é “autobiográfica na paixão pela Namíbia”, mas tem muita ficção ao narrar os encontros e desencontros de Ela e Ele. A jornalista visitou o país pela primeira vez em 2009. Foi o ex-marido quem sugeriu o destino para uma viagem de férias do então casal.
“Desde anos 90 tinha vontade de conhecer a África. Meu ex-marido é fotógrafo e também apaixonado pela África. Costumo brincar dizendo que me casei com a África”, conta a jornalista que voltou à Namíbia em 2010 e 2011, sempre durante seu mês de férias.
A autora conta ter ficado encantada pelo safári, pelo parque dos animais, pelo ato de contemplar a natureza. Jaque e o marido costumavam viajar de carro e acampar. Exatamente como Ela faz. Segundo Jacque, a Namíbia “é muito sensorial, os sons são fortes”.
Todas as suas impressões sobre o país foram registradas em cadernos. Ela resolveu que juntaria tudo para escrever um livro. Para uma jornalista, fazer uma reportagem seria mais simples. Porém, como todos os seus escritos eram baseados em reflexões, entendeu que “não caberiam em uma reportagem”.
Para ela, “voar” na história foi fácil. Difícil, comenta, foi superar o próprio pudor de redigir, foi se permitir essa escrita. Também achou difícil colocar o ponto final na história. Por isso, acredita que terminou a narrativa de forma abrupta, na página 108.
Escrever um livro era um sonho de adolescência de Jacque. Para concretizá-lo em “No Reino das Girafas” levou cinco meses. Isso foi em 2012. De lá para cá, foi o tempo que levou para conseguir publicar.
Viajar pela Namíbia
O que vem à mente quando se pensa em um país que tem paisagens exuberantes, que inclui dois imensos desertos e animais, muitos animais? Perigo? Pois segundo Jacque, a Namíbia, cuja capita é Windhoek, é um local bastante seguro para se viajar, inclusive para
mulheres sozinhas. Ela conta que nos meses de julho e agosto tem muita gente viajando pelo país, inclusive na companhia de crianças. A estrutura turística é boa, bem como as estradas.
O principal requisito para viajar por lá é, segundo Jacque, gostar de natureza e paisagem. E tem roteiro para todos os bolsos. Os mais “rasos” podem percorrer o país de carro, dormir em barracas e comprar em supermercados os ingredientes das refeições. Para quem dinheiro não é problema, há pacotes 5 estrelas que incluem hotéis luxuosos e safáris regados a mordomias mil.
“Na Namíbia, é intensa a troca com a natureza. Dentro do parque, a sensação é de eternidade. A beleza me emocionou muito. É uma beleza divina no sentido de que não há intervenção humana. Lá, tive muitas epifanias. Me senti menor e, com isso, fiquei maior. Foi bastante educativo. Me melhorou como pessoa”, conta Jacque.
Sugestões da autora de Roteiros pela Namíbia
Para 12 dias: Parque Nacional de Etosha, Swakopmund e Sossusvlei
Para 20 dias: Parque Nacional de Etosha, Epupa Falls, Swakopmund, Sossusvlei
Para mais de 20 dias: Parque Nacional de Etosha, Epupa Falls, Swakopmund, Sossusvle, Spitskoppei
Namíbia, verbete
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