Encerrada a Copa Latino--americana de Cervejas Artesanais, disputada em Cuzco, no Peru,
a Cervejaria Del Valle (peruana) foi a grande vencedora. Ano passado, a brasileira Dogma atraiu os holofotes da competição. Este ano, porém, a cervejaria paulista preferiu não participou do evento.
Em 2016, na competição, a Dogma foi escolhida como a melhor cervejaria e dois rótulos levaram medalha de ouro. Naquele mesmo ano, a Del Valle levou a medalha de melhor cervejaria peruana. Este ano, a Del Valle ganhou três medalhas de bronze, três de prata, o bicampeonato de melhor cervejaria do país e a medalha de melhor cervejaria da Copa.
Na avaliação de Leonardo Cordeiro Satt, um dos sócios da Dogma, muita cerveja boa foi produzida tanto no Brasil quanto na América Latina o que, na sua opinião, é positivo para atrair mais público para o meio cervejeiro.
A Dogma foi criada em 2015 a partir da união de três cervejarias ciganas. Satt é um dos dogmáticos junto com Bruno Moreno e Luciano Silva. Naquele mesmo ano, foram apontados como a melhor cervejaria pelo RateBeer. Em 2016, além de chamarem atenção na Copa Latino-americana, criaram 16 novos rótulos além dos que já produziam, um ritmo que não será mantido em 2017:
“Este ano vamos focar mais em garantir que o consumidor, de qualquer parte do Brasil, receba o mesmo produto que o consumidor de São Paulo. Vamos garantir estabilidade e qualidade em todas as pontas. No mais, a gente trabalha muito com cervejas sazonais, pode ser que elas voltem, pode ser que não. Não temos um padrão”, afirma Satt, criador da cerveja Cafuza junto com Bruno Moreno quando a então sociedade dos ciganos se chamava Cervejas Sazonais.
A principal novidade da Dogma para 2017, segundo Satt, é a abertura, em maio, do Tasting Room, em Santa Cecilia, bairro do centro de São Paulo.
SA: Em pouco tempo, a Dogma se tornou uma cervejaria “celebridade” não apenas pelas cervejas que produz, mas pelos rótulos de seus produtos. Como avalia esse sucesso da cervejaria?
LCS: Começamos focando apenas em qualidade, mas percebemos que isso era claro apenas para o pessoal do meio cervejeiro, então começamos a investir em marketing também, para mostrar para as outras pessoas que não são do meio.
Ele acredita que o mercado de cervejas especiais, por não representar “1% da produção de cerveja no Brasil”, ainda tem "muito para crescer". Segundo Satt, a Dogma produz em torno de 10 mil a 20 mil litros por mês. Ele se diz otimista em relação ao mercado de cerveja artesanal no Brasil, este ano:
“Estamos tão defasados da economia, que o Brasil está quebrado e nós (mercado de cerveja artesanal) estamos crescendo. Isso é muito estranho e ficamos muito tristes pelo nosso país. Mas acreditamos que bons tempos virão."
Rótulo de um dos lançamentos de 2016 da Dogma
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