Dez dias depois dos funcionários assumirem o controle de um restaurante em Niterói (RJ) porque o dono sumiu,
como andam as coisas no Steak House? Quem estava na gerência na quinta-feira (16.02) à noite era Luciano Ferreiro Nobre, que divide essa tarefa com Julio Cesa Mello. Segundo ele, o saldo é positivo: o movimento aumentou, conseguiram pagar a conta do gás, estão negociando as dívidas relacionadas com a conta de água e a luz está em dia. Além disso, agora o time conta com mais um integrante que não havia embarcado de imediato na ideia de tocar o restaurante após o desaparecimento do dono.
“Tudo o que estamos ganhando, estamos investindo nas compras para atender os clientes. Estamos conseguindo”, afirma Nobre.
Segundo ele, o maior problema, no momento, é o aluguel. O proprietário do imóvel, que fica em Icaraí, se diz impedido de renovar ou receber pagamento da “nova gestão” enquanto uma série de papéis não receber a assinatura de Elton Furrier, o dono do restaurante que há 40 anos é referência para a boemia de Niterói. Há dez dias, ele abriu normalmente o estabelecimento, avisou que iria fazer compras e desapareceu. Depois de 24 horas sem noticias do seu paradeiro, 40 dos 70 funcionários decidiram garantir o ganha-pão tocando o restaurante em forma de cooperativa. Até agora, todos continuam sem notícias de Elton.
“Nós não tomamos nada dele, apenas tocamos o negócio em frente. Nós queríamos muito conversar com ele. Queríamos que ele telefonasse, falasse com a gente. Continuo achando ele um cara legal. Mas se temos condições de trabalhar, não vale desistir só porque um não quis mais”, afirma Nobre.
Fregueses amigos do restaurante criaram um evento na Internet para que as pessoas fossem no Steak House hoje (quinta-feira, 16 de fevereiro), a partir das 19h. Os funcionários ficaram sabendo dessa iniciativa e aumentaram a quantidade de chope. Aos poucos, famílias foram chegando para jantar.
Nobre conta que a parte operacional está funcionando quase que normalmente. Já existe uma escala de folgas e a casa tem ficado aberta diariamente até 2h “para manter a tradição”. Os rostos tensos de dez dias atrás estão um pouco mais descontraídos. Fui até apresentada ao Temer ou ao Eduardo Cunha, depende se o garçon Luiz Valtonio está com óculos ou sem óculos. Aliás, o apelido de Nobre é... Lula. E na ausência de Maradona, o funcionário mais antigo do restaurante, a estrela da casa é José Mário, há 29 anos como garçom da casa.
“Nós simplesmente estamos funcionando. Graças a Deus, em primeiro lugar e, depois, graças a nós mesmos. Ninguém sabe o que aconteceu com o Elton. A hora que ele chegar aqui, a casa é dele, ele assume. O que eu gostaria, mesmo, é de saber que ele está bem, que está vivo. Ele sempre foi um bom patrão”, comenta José Mário.
Talvez, agora, ao invés de #ocupasteakhouse, tenha chegado a hora da campanha #voltaelton!
Várias fotos de Elton enfeitam as paredes do Steak House. Esta é a reprodução de uma delas.
Luciano Ferreiro Nobre, o Lula, de camisa preta, ao lado de "Temer" que se transforma em "Eduardo Cunha" quando Luiz Valtonio coloca os óculos e esconde o sorriso. Na frente, à direita, José Mário
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