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Quanto custa o cafezinho? Quanto você quiser pagar

Esse texto publiquei originalmente como uma Nota no meu Facebook. Como estou organizando minha produção aqui, reproduzo.

Conheci uma cafeteria incrível no centro do Rio de Janeiro.

A Curto Café fica na sobreloja do terminal Menezes Cortes. O espaço é amplo, com algumas mesinhas, pufes, mesão comunitário, wifi cortesia. O que mais chama a atenção na decoração são três enormes quadros negros. Em um deles, estão anotados todos os números referentes ao negócio: custo da matéria prima, do aluguel das máquinas de café, do aluguel do espaço etc e tal. Em outro, atualizado diariamente, quantos cafés foram servidos, quanto foi arrecadado e quanto falta para zerar os custos do mês.

E você com isso?

Bem, como é você quem decide quanto vai pagar pelo cafezinho que consumir, você tem tudo a ver com isso.

Fiquei encantada com o local, o astral, os jovens que botaram a ideia de pé. Eles não estão de brincadeira. É negócio de gente grande, que envolve muita ralação. Já funciona há três anos, sendo que o preço livre foi implantado há dois. O motivo? Eles simplesmente não gostaram de ver pessoas desistindo de desfrutar um cafezinho por falta de grana. Simples assim.

No Curto Café, o valor que quiser pagar você deposita num potinho. Gostaria de troco? Sirva-se no próprio potinho. Ninguém fica controlado o que você coloca ou tira dos tais potinhos. Não pode pagar hoje? Pague outro dia. Fica tudo estabelecido entre você e sua consciência. Os rapazes já levaram calote? É possível. Mas a vontade de contribuir muuiitooooo é o que vence, disparado.

Confesso que fiquei um pouco intimidada quanto cheguei no lugar. E pensar que isso deveria acontecer se eu entrasse em um Fasano da vida. Sérgio, um dos donos, percebeu que eu estava um pouco deslocada e veio falar comigo. E falou e falou e falou com muito prazer sobre a filosofia do local, sem parar de servir a clientela que aguarda pelo atendimento em uma fila única. A minha curiosidade era também a de várias outras pessoas. E um grupo se juntou para ouvi-lo. Outros para aplaudir o coração ou a flor que ele desenhou, com o maior capricho, no cremoso cappuccino.

A missão dessa galera apaixonada por café é oferecer produto de ótima qualidade. Agora, eles querem passar para uma nova fase e aproximar os pequenos produtores do público. Ainda estão pensando em como fazer isso.

A experiência do Curto Café já está sendo copiada. O Preto Café assume, sem problema algum, que levou para São Paulo a experiência carioca do preço livre. Ah, sim, faltou dizer o que tem no terceiro quadro negro. Muita coisa que contei aqui. Seria para facilitar a vida da galera, já que todos perguntam mais ou menos as mesmas coisas. Mas eles adoram conversar e preparar café, é claro.

Para ver esse texto na sua publicação original, clique aqui

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