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A guerra das #s

Esse texto publiquei originalmente no Linkedin. Como estou organizando minha produção aqui, reproduzo.

Vários gestores de mídias sociais de empresas brasileiras estão levando sustos durante as Olimpíadas.

Eles estão sendo surpreendidos com notificações judiciais que exigem a retirada do ar de posts com determinadas hashtags. Exemplo? Muitos que usaram #cidadeolimpica passaram por isso. Essa hashtag foi registrada pela Rio2016. Já a #Rio2016 foi registrada, pasmem, pelo Comitê Olímpico Americano que também garantiu a exclusividade do uso de #TeamUSA, segundo informou o site B9.

Ainda de acordo com o site, marcas que não possuírem nenhum tipo de ligação com algum veículo de comunicação, também são proibidas de publicarem fotos tiradas durante os jogos ou republicar conteúdo, ainda que ele tenha sido divulgado pelos perfis oficiais das Olimpíadas. Ou seja: “dar retweet neles pode ser uma infração”.

Você que usa # em tudo o que posta, não precisa entrar em pânico. Essa briga está sendo travada em esfera muito superior. É de marca para marca. Mais precisamente, de marketing para marketing. O uso de # deixou de ser diversão de loucos por redes sociais e passou a ser, para muitas empresas, o núcleo de campanhas milionárias.

Segundo reportagem da Agência O Globo, o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) analisa, no momento, 33 pedidos de registros de hashtags.

Esses quatro tracinhos que costumávamos identificar como “jogo da velha” são tidos, pelos marqueteiros atuais, mais do que estratégicos para interação com os consumidores, diante do uso generalizado das redes sociais. A questão vai mais além. As #s são estratégicas para o monitoramento da performance das marcas.

É de se supor que um novo nicho de mercado esteja surgindo. Sorte dos advogados especializados em propriedade intelectual. É de se supor também que uma nova indústria de comercialização de hashtags se estabeleça. Afinal, vai que você invente uma, resolve registrar e ela se torne cobiçada por uma multinacional qualquer.

É de se supor, também, que muitas “aberrações” apareçam. Como aceitar que os EUA sejam “donos” da #Rio2016? Ainda de acordo com o site B9, os norte-americanos, pelo menos, se deram ao trabalho de informar alguns veículos de comunicação brasileiros, a respeito das restrições. Porém, a grande massa de social mídia de empresas do país desconhecia as novas regras. Afinal, segredo sempre foi uma das almas do negócio. Agora, é aguardar os próximos capítulos dessa guerra de gigantes.

E ainda tem gente que entrega a gestão de mídia social da empresa para o “sobrinho que entende de internet”.

Para ver esse texto na sua publicação original, clique aqui

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